As coletividades humanas, devido ao alto grau de complexidade e dinamicidade em que hoje se encontram envolvidas e também devido ao próprio nível de compreensão e conhecimento alcançado pelas diferentes ciências, podem ser entendidas a partir do conceito de Ecologia Cognitiva.
As possibilidades de interação com o computador e as multimídias têm-nos conduzido a novos estágios de aprendizagem; tem ativado em nós outros processos cognitivos; tem-nos feito percorrer mais intensamente os diferentes caminhos mentais que nos levam a elaborar pensamentos; tem estimulado e exercitado intensamente a nossa imaginação de uma forma que esta dificilmente seria atingida se estivéssemos ante outros meios convencionais de interação com o ambiente.
AS Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC’s) com suas novas possibilidades educativas, permitem a existência de uma linguagem universal fortemente presente, clara, compreensível e extremamente familiar que, por vezes, torna-se mais forte que a própria língua-mãe. E é neste ciberespaço que a própria escrita ganhou um tom de dinamicidade espantoso, pois a multimídia amplia o significado semântico das palavras. Palavras, imagens e sons sucedem-se, completam-se, interpretam-se fazendo com que as experiências com o mundo real, mescladas com as experiências do mundo virtual, atuem diferentemente no imaginário das pessoas; e isto traduz profundas transformações em suas relações com o cotidiano.
A escrita sobre o suporte eletrônico dos computadores (texto contemporâneo), nos ajuda a interpretar melhor os efeitos da virtualização em nossas funções cognitivas, em que temos as nossas atividades mentais modificadas pelas diferentes tecnologias intelectuais.
Tal compreensão é fundamental para o estabelecimento de uma nova proposta de ensino dentro de uma nova visão pedagógica. As possibilidades de se assegurar um ensino mais democrático têm no computador, e mais precisamente na internet, terreno fértil e propício, pois neste ciberespaço, cada um tem assegurada a sua vez de participar, não mais e apenas como ouvinte ou espectador. Existe, ao contrário, o diálogo múltiplo e plural que assume novas configurações e reinventa o espaço social.
Como nos preparar para viver este mundo? Como preparar nossas crianças, oferecendo-lhes as condições externas e internas necessárias para que possam usufruir, democraticamente, estes avanços? Há que se pensar nos aspectos técnico-pedagógico, político-pedagógico e por que não dizer, sob uma perspectiva filosófica que nos permita compreender este novo universo de atuação.